Recebi esta poesia a um tempo atrás
de um amigo muito querido. Não sei quem
é o autor, mas nunca a esqueci.
AMOR EM POUSO DE AVE
Eis que te queria plena,
não com ares de entrega.
(Antes, o olho invasivo
da paixão total e cega).
Eis que te queria inteira
mas não assim, repentina
(Antes, o corpo que aos poucos
é entregue a quem se destina).
Eu te queria fechada
sem janelas e postigos.
(Mas chave pronta ao segredo
do que não penso ou não digo).
Eu te queria nos ventos
só por ver-te, me consolo.
Tu, o meu pássaro doído.
Eu tua sombra no solo.
Eis que eu te queria calma,
mas não constante ou tão quieta
(Antes o denso imprevisto
de uma obra incompleta).
Eis que eu te queria louca
mas não assim, em conflito.
(Antes o denso imprevisto
de uma obra incompleta).
Eis que eu te queria louca
mas não assim, em conflito.
(Antes, linha que me solta
preso ao timbre de teu grito).
Eu não queria um amor
que engole vidro moído.
(Mas alma em pouso de ave
ao colo dos meus sentidos).
Eu aprendi que o teu nome
me liberta e me vigia
Por isso te quero minha
Para sempre. Ou por um dia.
Eis que te queria plena,
não com ares de entrega.
(Antes, o olho invasivo
da paixão total e cega).
Eis que te queria inteira
mas não assim, repentina
(Antes, o corpo que aos poucos
é entregue a quem se destina).
Eu te queria fechada
sem janelas e postigos.
(Mas chave pronta ao segredo
do que não penso ou não digo).
Eu te queria nos ventos
só por ver-te, me consolo.
Tu, o meu pássaro doído.
Eu tua sombra no solo.
Eis que eu te queria calma,
mas não constante ou tão quieta
(Antes o denso imprevisto
de uma obra incompleta).
Eis que eu te queria louca
mas não assim, em conflito.
(Antes o denso imprevisto
de uma obra incompleta).
Eis que eu te queria louca
mas não assim, em conflito.
(Antes, linha que me solta
preso ao timbre de teu grito).
Eu não queria um amor
que engole vidro moído.
(Mas alma em pouso de ave
ao colo dos meus sentidos).
Eu aprendi que o teu nome
me liberta e me vigia
Por isso te quero minha
Para sempre. Ou por um dia.
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