segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

sábado, 10 de dezembro de 2011

"E quero aceitar minha liberdade sem pensar o que
muitos acham: que existir é coisa de doido, caso de
loucura. Porque parece. Existir não é lógico.
(...) Ainda bem que o que vou escrever já deve estar
na certa de algum modo escrito em mim. Tenho é
que me copiar com uma delicadeza de borboleta
branca. (...) O fato é que tenho nas minhas mãos
um destino e, no entanto não me sinto com o poder
de livremente inventar: sigo uma oculta linha fatal.
Sou obrigado a procurar uma verdade que me
ultrapassa. (...) eu que quero sentir o sopro do meu
além. Para ser mais do que eu, pois pouco sou.
Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e
não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo,
pois sou um desesperado e estou cansado, não
suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a
sempre novidade que é escrever, eu me morreria
simbolicamente todos os dias. Mas preparado estou
para sair discretamente pela saída da porta dos fundos.
Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu
desespero. E agora só queria ter o que eu tivesse sido
e não fui."

Clarice Lispector

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

"Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca."

Hilda Hilst
"Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errónea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E HOJE JÁ É OUTRO DIA!!!"
Fernando Pessoa

“Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos,
a alegria como quando se sente a garganta um pouco
seca e se vê que, por admiração, se estava de boca
entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que
estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e
riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que
era a alegria da sede deles. Por causa de carros e
pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede
é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e
ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando
um pouco mais seca de admiração. Como eles
admiravam estarem juntos! Até que tudo se
transformou em não. Tudo se transformou em não
quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então
a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras
desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele
não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele
que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das
ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza
queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham
prestado atenção, só porque não estavam bastante
distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros,
quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar
um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram
então aprender que, não se estando distraído, o telefone
não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e
quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já
cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.”

Clarice Lispector.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

[...}

"... cheguei a pouco da corrida
ufa...
a tempos não via um põr do sol tão lindo
dediquei a vc em pensamento
crepúsculo dos Deuses
depois veio a chuva
e o vento mandou a chuva embora
e a lua no seu esplendor
abriu a noite
t adoro"

30/11/2011 - 22:25

terça-feira, 29 de novembro de 2011

ZORKI


... e de repente uma possibilidade de amor!!!!!

SILVANA GUIMARÃES

AÇAFRÃO

Uma coisa amarela,
é isso o que eu quero.
Quem sabe a lua nova,
quem sabe um dia manso.

Talvez um galho de sol
sobre um rio cansado.

Uma coisa amarela,
eu quero, porque quero.

Talvez, cheiro de outono,
quem sabe, um pedaço

de vento, folha, areia,
coisa que vem de dentro.

Qualquer coisa, eu quero.
Da cor que regenera.

Qualquer tom de amarelo,
que não seja sorriso.

Pode ser até um beijo,
alguma coisa acesa.

Fogo, faca, afago
de tirar meu fôlego.

Quero, porque preciso,
alguma coisa qualquer.

Quem sabe uma palavra,
ainda que fosse suja.

Quem sabe só uma flor
chegando com urgência.

Uma coisa amarela,
talvez. Como um susto.


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Boneca Cobiçada - Ney Matogrosso

Eu sou eu.
Você é você.
Eu não estou neste mundo para atender
às suas expectativas.
E você não está neste mundo para atender
às minhas expectativas.
Eu faço as minhas coisas.
Você faz as suas.
E quando nos encontramos,
é muito bom.

Pearls

Gal Costa - Só Louco

"... Já entrei contigo em comunicação tão forte que deixei de
existir sendo.
Tu tornas-te um eu. É tão difícil falar e dizer
coisas que não podem ser
ditas. É tão silencioso. Como
traduzir o silêncio do encontro real entre
nós dois? Dificílimo
contar. Olhei pra você fixamente por instantes.
Tais momentos
são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão

perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade."

Clarice Lispector

"Inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo"
Clarice Lispector
"Cada pedaço de mim sabe o inferno que é
ser sol em noites de chuva,
ser cor nos cinzas dos edifícios,
ser luz na escuridão das manhãs.
Cada todo de ti sabe a delícia que é
ser flor nas asas do vento,
ser cristal nos olhos das fadas,
ser azul no fundo do mar.
Cada suspiro de nós sabe a angústia que é
ser só um na multidão dos dias,
ser muito na pobreza da esquina,
ser ninguém na roda da vida.
Enquanto isso os relógios se vão,
e vêem aqueles que sabem o que é
apenas ser na ausência do nada".

Clarice Lispector.

"Sou composta por urgências:

minhas alegrias são intensas, minhas tristezas, absolutas.
Me entupo de ausências, me esvazio de excessos.
Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos.
Eu caminho, desequilibrada, em cima de uma linha tênue entre a
lucidez e a loucura.
De ter amigos eu gosto porque preciso de ajuda pra sentir,
embora quem se relacione comigo saiba que é por conta-própria e
auto-risco.
O que tenho de mais obscuro, é o que me ilumina.
E a minha lucidez é que é perigosa.
Se eu pudesse me resumir, diria que sou irremediável."
Clarice Lispector

CHOVE...


Volúpia dos abandonados . . .
Dos sós . . . — ouvir a água escorrer,
Lavando o tédio dos telhados
Que se sentem envelhecer . . .

Manoel Bandeira

"Exagerada toda a vida: minhas paixões são ardentes; minhas dores

de cotovelo, de querer morrer; louca do tipo desvairada; briguenta
de tô de mal pra sempre; durmo treze horas seguidas; meus amigos
são semi-irmãos; meus amores são sempre eternos e meus dramas,
mexicanos!"
Clarice Lispector

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

SOSPOESIA.wmv

domingo, 20 de novembro de 2011

No nosso último jantar

Michel Melamed Regurgitofagia no Rede Cultura Jovem em Vitória

http://michelmelamed.com.br/
http://globonews.globo.com/videos/v/michel-melamed-encena-nas-ruas-de-nova-iorque-peca-que-mistura-moradores-com-atores/1702649/

MICHEL MALAMED

'Ela grita

Pela minha garganta

Ela chora

Nos meus olhos

Ela parte

Com meus pés

...

A saudade é só minha

A saudade não grita não chora não parte

A saudade é ela inteira aqui'

by Michel Melamed via blog André Newmann do 'Afinal,...'

sábado, 19 de novembro de 2011

[...]

"Que você acredite que não me deve nada
simplesmente porque os amores mais puros
não entendem dívida, nem mágoa, nem
arrependimento. Então, que não se arrependa.
Da gente. Do que fomos. De tudo o que vivemos.
Que você me guarde na memória, mais do que
nas fotos. Que termine com a sensação de ter me
degustado por completo, mas como quem sai da
mesa antes da sobremesa: com a impressão que
poderia ter se fartado um pouco mais. E que, até
o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente
a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela
tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida.
E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato,
a mais bela história de amor da sua vida."
Tati Bernardi