quarta-feira, 16 de julho de 2008

Ligações.

Não estávamos no mundo para preencher nossas expectativas.
Fomos sempre nós mesmos e somente em relação um ao outro.
Porque te amei, tu não precisastes de mim. Porque tu me amastes,
eu não precisei de ti.
No amor jamais nos deixamos completar fomos um para o outro
deliciosamente desnecessários.
Nada nos limitava, nada nos detinha, nada nos sujeitava.
Viver a intensidade foi a nossa própria substância e nessa liberdade
criávamos nossas ligações com o mundo e nele exercitávamos
despreocupadamente nosso amor.
Tornamo-nos mais leve e mais leve ficou o mundo.
Projetávamo-nos no imaginário e permitiamo-nos manter
à distância a mediocridade da vida, desafiando o bom senso,
o bom gosto, o tédio e as dúvidas.
E no livre exercício do encontro descontruímos o infinitamente finito.

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