De que
substância foste modelada,
Se com
mil vultos o teu vulto medes?
Tantas
sombras difundes, enfeixado
Num ser
que as prende, e a todas sobre excedes;
Adônis
mesmo segue o teu modelo
Em vã,
esmaecida imitação;
A face
helênica onde pousa o belo
Ganhou em
ti maior coloração;
A
primavera é cópia desta forma,
A
plenitude és tu, em que consiste
O ver que
toda graça se transforma
No teu
reflexo em tudo quanto existe:
Qualquer
beleza externa te revela
Que a
alma fiel em ti acha mais bela.
(William
Shakespeare)
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