Não sei como me defender dessa ternura que cresce escondido e,
de repente, salta para fora de mim, querendo atingir todo mundo.
Tão inesperada quanto a vontade de ferir, e com o mesmo ímpeto,
a mesma densidade. Mas é mais frustrante. Sempre encontro a
quem magoar com uma palavra ou um gesto.
Mas nunca alguém que eu possa acariciar os cabelos, apertar
a mão ou deitar a cabeça no ombro. Sempre o mesmo círculo
vicioso: da solidão nasce a ternura, da ternura frustrada a
agressão, e da agressividade torna a surgir a solidão.
Todos os dias o ciclo se repete, às vezes com mais rapidez,
outras mais lentamente.
E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda
de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre
sede no fim.”
Caio Fernando AbreU
2 comentários:
Teu blogue está sempre um amor. Adoro os textos e as dicas que tu colocas!
Beijocas!
Nina querida, que saudades!!!!!!
...E por falar em saudades...
Onde anda você?????
Beijos, Lilian.
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