domingo, 10 de janeiro de 2010

REALIDADE.

Não sei como me defender dessa ternura que cresce escondido e,

de repente, salta para fora de mim, querendo atingir todo mundo.

Tão inesperada quanto a vontade de ferir, e com o mesmo ímpeto,

a mesma densidade. Mas é mais frustrante. Sempre encontro a

quem magoar com uma palavra ou um gesto.

Mas nunca alguém que eu possa acariciar os cabelos, apertar

a mão ou deitar a cabeça no ombro. Sempre o mesmo círculo

vicioso: da solidão nasce a ternura, da ternura frustrada a

agressão, e da agressividade torna a surgir a solidão.
Todos os dias o ciclo se repete, às vezes com mais rapidez,

outras mais lentamente.
E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda

de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre

sede no fim.”
Caio Fernando AbreU




2 comentários:

Nina Antonioli disse...

Teu blogue está sempre um amor. Adoro os textos e as dicas que tu colocas!

Beijocas!

lilianrib disse...

Nina querida, que saudades!!!!!!
...E por falar em saudades...
Onde anda você?????

Beijos, Lilian.