domingo, 31 de janeiro de 2010
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
AO SABOR DA PALAVRA.
DEFENSA DE
Mario Benedetti
Defender la alegría como una trinchera
defenderla del escándalo y la rutina
de la miseria y los miserables
de las ausencias transitorias
y las definitivas
defender la alegría como un principio
defenderla del pasmo y las pesadillas
de los neutrales y de los neutrones
de las dulces infamias
y los graves diagnósticos
defender la alegría como una bandera
defenderla del rayo y la melancolía
de los ingenuos y de los canallas
de la retórica y los paros cardiacos
de las endemias y las academias
defender la alegría como un destino
defenderla del fuego y de los bomberos
de los suicidas y los homicidas
de las vacaciones y del agobio
de la obligación de estar alegres
defender la alegría como una certeza
defenderla del óxido y la roña
de la famosa pátina del tiempo
del relente y del oportunismo
de los proxenetas de la risa
defender la alegría como un derecho
defenderla de dios y del invierno
de las mayúsculas y de la muerte
de los apellidos y las lástimas
del azar
y también de la alegría
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
INFORME ESPECIAL.
que se realizará aqui no Canadá. Fiquem certos
de que uma grande comemoraçao acontecerá
quando formos pro Brasil. Ainda não temos
data prevista para esta festânça, mas esperamos
que seja breve. E já se preparem para ajudar na
organizaçao hein! hehe
muita saudade de todos.
que meu sorriso é largo, certa da escoilha que fiz.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
AUSÊNCIA.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus
[braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade, in 'O Corpo'
sábado, 23 de janeiro de 2010
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
CAIO FERNANDO ABREU
Na terra do coração passei o dia pensando - coração meu,
meu coração. Pensei e pensei tanto que deixou de significar
uma forma, um órgão,uma coisa. Ficou só com-cor,
ação - repetido, invertido - ação, cor - sem sentido - couro,
ação e não. Quis vê-lo, escapava. Batia e rebatia, escondido
no peito. Então fechei os olhos, viajei. E como quem gira
um caleidoscópio, vi:
Meu coração é um sapo rajado, viscoso e cansado, à espera
do beijo prometido capaz de transformá-lo em príncipe.
Meu coração é um álbum de retratos tão antigos que suas
faces mal se adivinham. Roídas de traça, amareladas de tempo,
faces desfeitas, imóveis, cristalizadas em poses rígidas para o
fotógrafo invisível. Este apertava os olhos quando sorria. Aquela
tinha um jeito peculiar de inclinar a cabeça. Eu viro as folhas,
o pó resta nos dedos, o vento sopra.
Meu coração é um mendigo mais faminto da rua mais
miserável.Meu coração é um ideograma desenhado a tinta lavável
em papel de seda onde caiu uma gota d’água. Olhado assim,
de cima, pode ser Wu Wang, a Inocência. Mas tão manchado que
talvez seja Ming I, o Obscurecimento da Luz. Ou qualquer um,
ou qualquer outro: indecifrável.
Meu coração não tem forma, apenas som. Um noturno
de Chopin (será o número 5?)
uma letra falando em morte, desejo e desamparo, gravado por
uma banda punk. Couro negro, prego e piano.
Meu coração é um bordel gótico em cujos quartos prostituem-se
ninfetas decaídas, cafetões sensuais, deusas lésbicas,
anões tarados, michês baratos, centauros gays e virgens loucas
de todos os sexos.
Meu coração é um traço seco. Vertical, pós-moderno,
coloridíssimo de neon, gravado em fundo preto. Puro artifício, definitivo.
Meu coração é um entardecer de verão, numa cidadezinha
à beira-mar. A brisa sopra, saiu a primeira estrela. Há moças
na janela, rapazes pela praça, tules violetas sobre os montes onde
o sol se pôos. A lua cheia brotou do mar. Os apaixonados suspiram.
E se apaixonam ainda mais.
Meu coração é um anjo de pedra de asa quebrada.
Meu coração é um bar de uma única mesa, debruçado sobre
a qual um único bêbado bebe um único copo de bourbon,
contemplado por um único garçom. Ao fundo, Tom Waits geme
um único verso arranhado. Rouco, louco.Meu coração é um
sorvete colorido de todas as cores, é saboroso de todos os
sabores. Quem dele provar, será feliz para sempre.
Meu coração é uma sala inglesa com paredes cobertas por
papel de florzinhas miúdas. Lareira acesa, poltronas fundas,
macias, quadros com gramados verdes e casas pacíficas
cobertas de hera. Sobre a renda branca da toalha de mesa,
o chá repousa em porcelana da China. No livro aberto ao lado,
alguém sublinhou um verso de Sylvia Plath:
"Im too pure for you or anyone". Não há ninguém nessa
sala de janelas fechadas.
Meu coração é um filme noir projetado num cinema de quinta
categoria. A platéia joga pipoca na tela e vaia a história cheia de clichês.
Meu coração é um deserto nuclear varrido por ventos radiativos.
Meu coração é um cálice de cristal puríssimo transbordante de
licor de strega. Flambado, dourado. Pode-se ter visões,
anunciações, pressentimentos, ver rostos e paisagens
dançando nessa chama azul de ouro.
Meu coração é o laboratório de um cientista louco varrido,
criando sem parar Frankensteins monstruosos que sempre
acabam destruindo tudo.
Meu coração é uma planta carnívora morta de fome. Meu
coração é uma velha carpideira portuguesa, coberta de preto,
cantando um fado lento e cheia de gemidos - ai de mim!
ai, ai de mim!
Meu coração é um poço de mel, no centro de um jardim
encantado, alimentando beija-flores que, depois de prová-lo,
transformam-se magicamente em cavalos brancos alados
que voam para longe, em direção à estrela Veja. Levam
junto quem me ama, me levam junto também.Faquir
involuntário, cascata de champanha, púrpura rosa do
Cairo, sapato de sola furada, verso de Mário Quintana,
vitrina vazia, navalha afiada, figo maduro, papel crepom,
cão uivando pra lua, ruína, simulacro, varinha de incenso.
Acesa, aceso - vasto, vivo: meu coração é teu.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
PALAVRAS DOS OUTROS.
CAIO FERNANDO ABREU
"É preciso que você venha nesse exato momento.Abandone
os antes. Chame do que quiser. Mas venha. Quero dividir
meus erros, loucuras, beijos, chocolates...Apague minhas
interrogações. Por que estamos tão perto e tão longe?
Quero acabar com as leis da física, dois corpos ocuparem o
mesmo lugar! Não nego. Tenho um grande medo
de ser sozinha. Não sou pedaço. Mas não me basto."
domingo, 17 de janeiro de 2010
PALAVRAS DOS OUTROS.
AINDA
Mario Benedetti
Não o creio ainda
Estás chegando a meu lado
E a noite é um punhado
De estrelas e de alegria
Sinto o gosto escuto e vejo
Teu rosto teu passo longo
Tuas mãos e todavia
Ainda não o creio
Teu regresso tem tanto
Que ver contigo e comigo
Que a cabala o digo
E pelas dúvidas o canto
Ninguém nunca te substitui
E as coisas mais triviais
Se voltam fundamentais
Por que estás chegando a casa
Todavia ainda
Duvido desta boa sorte
Porque o céu de ter-te
Me parece fantasia
Porém vindes e é seguro
E vindes com tua olhada
E por isso tua chegada
Faz mágico o futuro
E embora não sempre tenha entendido
Minhas culpas e meus fracassos
Em compensação sei que em teus braços
O mundo tem sentido
E se beijo a ousadia
E o mistério de teus lábios
Não haverá dúvidas nem ressaibos
Te quererei mais
Ainda.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
VIAGEM NO TEMPO...
SIMPLESMENTE SENSACIONAL ! ! !
Isso é uma viagem no tempo! ANTES DO VÍDEO LEIA ESTA MENSAGEM:
Segue um momento mágico, criado por pessoas especiais e uma música prá lá de especial.
Este vídeo é um dos que merecem ser guardados em um lugar especial.
O e-mail também merece ser arquivado, pelas explicações que o mesmo contém, a respeito dos diversos personagens que ajudaram a fazer essa verdadeira maravilha.
Trata-se da interpretação da canção My Sweet Lord de George Harrison realizada por um grupo de excelentes músicos, todos amigos de George.
Este concerto foi em sua homenagem, dois anos depois de sua morte.
Na guitarra acústica Eric Clapton,
Na guitarra elétrica o filho de George Harrison,
Ao piano Paul McCartney,
Na primeira bateria Ringo Star,
Na segunda bateria Phill Collins, e
Na segunda guitarra elétrica Tom Petty,
Ao órgão e interpretando a primeira voz o incrível Billy Preston.
Entre as vocalistas do coro está Linda Eastman,
esposa de Paul McCartney.
Também estavam presentes nesse concerto:
Bob Dylan, Ravi Shankar, Jethro Tull e um número enorme de amigos
e colegas dos Beatles, assim como todo grupo 'Cream' de
Eric Clapton.
Todos um pouco gordos e enrugados, mas encarnando o melhor do melhor,
representativo dos anos 70.
Billy Preston chegou a ser conhecido como o quinto Beatle;
foi ele que sempre tocou o piano e o órgão em todas
as gravacões dos Beatles.
Momento maravilhoso!!!
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
COM A PALAVRA: PAUL ELUARD.
A curva dos teus olhos dá a volta ao meu peito
É uma dança de roda e de doçura.
Berço nocturno e auréola do tempo,
Se já não sei tudo o que vivi
É que os teus olhos não me viram sempre.
Folhas do dia e musgos do orvalho,
Hastes de brisas, sorrisos de perfume,
Asas de luz cobrindo o mundo inteiro,
Barcos de céu e barcos do mar,
Caçadores dos sons e nascentes das cores.
Perfume esparso de um manancial de auroras
Abandonado sobre a palha dos astros,
Como o dia depende da inocência
O mundo inteiro depende dos teus olhos
E todo o meu sangue corre no teu olhar.
Paul Eluard, in "Algumas das Palavras"
domingo, 10 de janeiro de 2010
FSM 10 ANOS GRANDE PORTO ALEGRE - RS
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